O Homem do sec XXI é um ser humano orgânico-bioenergético que se manifesta, agindo e/ou reagindo a partir do seu mundo interno através de comportamentos (intencionais ou não intencionais) para o mundo exterior que o rodeia fisicamente ou o mundo exterior globalizado virtualmente. A possibilidade de interacções e estímulos aumenta exponencialmente com uma avalanche cognitiva de dados.
O Comportamento humano começou a ser estudado e analisado de modo cientifíco desde os finais do seculo XIX, e tem-se revelado a área mais complexa de generalização e confirmação cientifica. Persistirá possivelmente essa impossibilidade tal como a complexidade dos temas da origem e sentido da vida. Cada vez mais se combinam diversos factores para o comportamento humano.
Imagine que se apercebe de um intruso em sua casa a meio da noite e que possui uma arma. Qual será o seu comportamento? O mais certo será responder que não sabe o que faria, só confrontado na realidade com essa situação poderia saber qual a sua reacção. Este pequeno exemplo mostra a impossibilidade de prever o comportamento humano perante determinada situação para todos os sujeitos- a generalização dos comportamentos.
No entanto, importantes avanços têm permitido determinar padrões de comportamento, bem como as causas e consequências dos mesmos, mas não é possível provar que perante determinada situação todos os sujeitos a experienciem, sintam e ajam da mesma forma.
Com o objectivo de estudar o comportamento humano surgiu Psicologia, uma ciência humana e social, de extrema importância para a evolução da regulação positiva dos comportamentos, mas que ao mesmo tempo tem sido menosprezada pela sociedade. Os sujeitos recorrem a apoio psicoterapêutico maioritariamente como uma acção reactiva a determinada crise ou problema e não como uma acção potencializadora, de auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal.
Independentemente da abordagem psicoterapêutica , somos seres humanos, dinâmicos e complexos, com livre arbítrio para tomar decisões comportamentais (coerentes ou incoerentes) que determinam a imprevisibilidade da constância comportamental e emocional. No entanto a Psicologia tem um papel extremamente importante tendo conseguido identificar, estudar e definir as emoções humanas e ajudar o sujeito a geri-las da melhor forma. A gestão emocional é o melhor sensor para o sujeito se adaptar, regular e modificar no sentido do seu desenvolvimento pessoal.
“Conhece-te a ti mesmo” inscrição no Oráculo de Delfos
Outra questão determinante a ter em conta é de que como como seres bio-energéticos executamos um processo constante de compensações.
Dormimos como uma necessidade biológica de estarmos acordados. No entanto, da mesma forma podemos afirmar que estamos acordados para poder dormir.
A fome regula a nossa necessidade de alimentação. Poderemos tambem pressupôr que apenas comemos para poder ter fome?
Estes exemplos de compensações físicas deixam abertas questões do sentido da existência: existimos para dormir e aceder ao mundo inconsciente ou para estarmos conscientes e mantermos comportamentos sociais pré-definidos?
Concerteza surgirão biólogos a afirmar com segurança que os ritmos biólogicos correctos dos humanos são de o sujeito dormir de noite, viver de dia, de se alimentar equilibradamente e não passar fome, e de tratar as suas doenças, evitando a dor e o sofrimento. Naturalmente isso aconteceria se vivêssemos de uma forma mais primitiva e selvagem, mais instintiva.
No entanto , somos dotados de uma consciência social que nada impede o sujeito de se auto-regular em termos fisiológicos, o que nos leva a concluir que o comportamento humano pode ser absolutamente amoral e sem significação.
“Fazer. Fazer algo, fazer o bem, fazer chichi, fazer tempo, a acção em todas as suas possibilidades. Porém por detrás de toda acção havia um protesto, porque tudo significava sair
de para chegar a, mover algo para que estivesse aqui e não ali,entrar nessa casa em vez de não entrar na casa ao lado, ou seja, em cada acto havia a admissão de uma carência, de algo que ainda não fora feito e que era possível fazer, o protesto tácito diante da evidência contínua da falta, da quebra, da escassez do presente. Acreditar que a acção podia preencher ou que o somatório das acções podia realmente equivaler a uma vida digna desse nome era uma ilusão de moralista. Valia mais renunciar, porque a renuncia à acção era o próprio protesto e não a sua máscara.”
In Jogo do Mundo, Julio Cortázar
Podendo regular os nossos hábitos contra os pressupostos orgânicos da nossa espécie, podemos assumir que o comportamento humano é em primeiro lugar um comportamento social.
É amplamente reconhecido que o homem é um ser “bio-psico-emocional-social-espiritual”. E que nos organizamos em grupos, famílias, comunidades, culturas sendo assim membros de uma sociedade que por sua constitui a SOCIEDADE HUMANA.
Assim sendo, a Sociedade Humana resulta do equilíbrio de todos os comportamentos humanos, e principalmente da tensão entre os pólos mais conservadores e os mais progressistas da sociedade, quer seja em termos políticos, bioéticos, filosóficos.
Conformado ou inconformado? Optimista ou Pessimista? Conservador ou Liberal?
Temos varios exemplos na história que comprovam que a SOCIEDADE HUMANA É EM SI MESMA UM SER ORGÂNICO PRÓPRIO E INDEPENDENTE QUE EXISTE ATRAVES DA DINÃMICA DAS MENTALIDADES DOS SEUS ÓRGÃOS SOCIAIS (cada sujeito é um órgão social). - Visão determinista
Exemplos:
- A Emancipação da mulher, foi um processo gradual resultante da luta/mudança de comportamentos de orfdem progresssista para obter a igualdade no sec XX.
- A evolução da nudez do corpo através do cinema/media do sec XX.Nos anos 20-30 as pessoas iam praticam vestidas para a praia, hoje em dia o nudismo é uma prática comum.
- Os sistemas políticos republicanos, que derivaram da Revolução Francesa, a Democracia popular. A luta pela igualdade dos direitos humanos.
- Os avanços tecnológicos após da revolução industrial inglesa. A revolução da informação com o aparecimento da Internet e o fenómeno da globalização.
Alguns sujeitos podem excepcionalmente influenciar a SH: Gandhi, Mandela, e outros que lutaram com a sua vida para alcançar direitos humanos.
É habitual ouvir as pessoas queixarem-se das condições actuais, e no entanto “o actual” é o resultado de todos os comportamentos humanos, de todas as revoluções que foram mais fortes que o pólo conservador da época, da sequência de gerações, do crescimento das cidades, da emigração, do choque de culturas, da poluição.
Há muito pouco que possamos fazer. Não querendo ser pessimista e tentando fazer parte do pólo progressista, a crise de valores, o individualismo, a corrupção, a ausência de cultura própria nos subúrbios das grandes cidades, a luta pelo poder estará sempre presente na SH, e como tal é inevitável que os humanos se auto-destruam.
A noção de bem e mal é intrinseca ao sujeito. Matar, roubar, mentir são comportamentos que o sujeito não necessita de aprendizagem social para os reconhecer como imorais. Todos os sujeitos que praticam o mal sem esta noção intrínseca terão uma patologia mental (sociopatia, psicopatia).
Por muito que a compaixão e amor se espalhe, por muitos movimentos cívicos, revoluções sociais, greves gerais, colapsos económicos, haverá sempre o egoísmo e sujeitos que se aproveitarão dos mais puros.
O Romantismo faz parte do nosso sonho, mas o Realismo da nossa existência pode ser tão cruel como o pior dos assassinos.
Resta-nos exercer a nossa liberdade na nossa vida, e aproveitar o que de melhor nos surja.
As mudanças sociais dão-se com mudanças das mentalidades, dos valores, dos princípios, atitudes que consequentemente se verificam nos comportamentos humanos, e para tal os Psicólogos são mais uma vez peças fundamentais no progresso social e e emocional da Sociedade Humana.
Sergio Amaral
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Comportamento Humano: Determinado ou Livre?
No século XIX, o positivismo, na ânsia de aplicar o mesmo método das ciências da natureza às ciências humanas, estenderam-se a estas o determinismo, considerando que a escolha livre era uma mera ilusão.
Um dos discípulos de Compte, Taine (1828-1893), tornou-se conhecido sobretudo pelas leis da sociologia, segundo as quais toda vida humana social se explicaria
por três factores:
- a raça, que é a grande força biológica dos caracteres hereditários determinantes do comportamento do indivíduo;
-o meio, pelo qual o indivíduo se acha submetido aos factores geográficos (como o clima, por exemplo), bem como ao ambiente sócio-cultural e às ocupações quotidianas da vida;
- o momento, pelo qual o indivíduo é fruto da época em que vive, estando subordinado a uma determinada maneira de pensar característica do seu tempo.
O pressuposto do pensamento de Taine é o determinismo, pois o acto humano não é livre, já que é causado por esses factores e deles não pode escapar.
Vamos encontrar o reflexo dessa visão determinista na clássica teoria de Lombroso, jurista que pretendia, pela análise das características físicas dos individuos, identificar o criminoso "nato".
Também a literatura foi influenciada pelo determinismo positivista: a estética naturalista oferece inúmeros exemplos da tentativa de explicar o comportamento humano como decorrente de fatores determinantes, sem nenhuma possibilidade de transcendência.
Émile Zola, romancista francês, afirmou:
"O romance experimental é uma conseqüência da evolução científica do século; cabe-lhe continuar e completar a fisiologia...; ele substitui o estudo do homem abstracto, do homem metafísico, pelo estudo do homem natural, submetido às leis físico-químicas e determinado pelas influências do meio".
A liberdade incondicional
Contrapondo-se ao determinismo, há teorias que enfatizam a possibilidade da liberdade humana absoluta, do livre-arbítrio, segundo o qual o homem tem o poder de escolher um acto ou não, independentemente das forças que o constrangem.
Segundo esta perspectiva, ser livre é decidir e agir como se quer, sem qualquer determinação causal, quer seja exterior (ambiente em que se vive), quer seja interior (desejos, carácter). Mesmo admitindo que tais forças existam, o acto livre pertence a uma esfera independente em que se perfaz a liberdade humana. Ser livre é, portanto, não ser determinado por causas.
Bossuet (séc. XVII) no Tratado sobre o livre-arbítrio, diz o seguinte:
"Por mais que eu procure em mim a razão que me determina, mais sinto que eu não tenho
nenhuma outra senão apenas a minha vontade:sinto aí claramente minha liberdade, que consiste unicamente em tal escolha."
Superação da dicotomia: Determinismo ou liberdade?
Afinal "o homem é livre ou é determinado?"
A questão assim colocada gera um falso problema.
Na verdade, o homem é determinado e é livre. É preciso considerar os dois pólos contraditórios, superando o materialismo mecanicista, segundo o qual o homem é determinado bem como a tese da liberdade incondicional. Segundo a concepção dialética, embora os pólos determinismo-liberdade se oponham, na verdade estão ligados:
" O Homem é realmente determinado, pois se encontra situado em um tempo e espaço e é herdeiro de uma certa cultura;
" mas o Homem é também um ser consciente, capaz de conhecer esses determinismos; tal conhecimento permitirá a acção transformadora que, a partir da consciência das causas (e não à revelia delas), pode construir um projecto de acção.
Portanto, só a consciência do determinismo não é suficiente, pois a liberdade se torna verdadeira quando acarreta um poder, um domínio do homem sobre a natureza e sobre a sua própria natureza.
A consciência que o homem tem das causas se transforma, por sua vez, em outra causa, capaz de alterar a ordem das coisas. Com isso, não se rompe o nexo causal, mas introduz-se uma outra causa - a consciência do determinismo - que transforma o homem em ser actuante, e não simples efeito passivo das causas que agem sobre ele.
O filósofo Mounier diz:
"Enquanto se desconheceram as leis da aerodinâmica, os homens sonhavam voar; quando o seu sonho se inseriu num feixe de necessidades,voaram". Lembremos aqui o significado do conceito de necessidade. Descobrir o feixe de necessidades é conhecer as leis da aerodinâmica, ou seja, saber o que faz voar um corpo mais pesado do que o ar.
Não há mágica: há conhecimento dos determinismos. O sonho se concretiza no trabalho do homem como ser consciente e prático.
Do ponto de vista psicológico, ocorre o mesmo processo. Suponhamos que alguém tenha um temperamento agressivo. Se ele se reconhece assim, cuida para não ser levado pelo impulso, para saber usar a agressividade conforme a ocasião e conveniência.
Aliás uma das grandes contribuições de Freud é ter mostrado que o neurótico não é livre, pois se acha dominado por forças inconscientes que mascaram suas ações.
A atitude obsessivo-compulsiva, como a de lavar as mãos seguidamente, por considerá-las sempre sujas ou cheias de micróbios, não representa um acto livre de alguém preocupado com a higiene. Trata-se de um sintoma e portanto tem um significado latente, oculto, que pode ser investigado. A interpretação é sempre relativa a cada caso concreto, mas, para fins de exemplificação, vamos supor que o significado fosse a culpa resultante de desejos sexuais reprimidos e considerados "sujos" pelo paciente. A cura da neurose estaria em trazer à consciência a causa escondida, ajudando o paciente a lidar com o seu próprio desejo.
A liberdade situada
O que observamos na posição que pretende superar a antinomia determinismo-liberdade é que a discussão sobre liberdade não se faz no plano teórico, a partir
do conceito da liberdade abstracta. Ao contrário, trata-se da liberdade do homem situado, do homem enquanto ser de relação.
Na linguagem da fenomenologia, traduzimos esses dois pólos como sendo a
facticidade (ou imanência) e a transcendência humanas. Pólos indissoluvelmente ligados.
A facticidade é a dimensão de "coisa" que todo homem tem, é o conjunto das suas determinações.
O fenomenólogo Luijpen diz: "Reflectindo sobre sua existência, o homem se encontra, com efeito, como 'já' imerso em determinado corpo e 'já' envolvido em determinado mundo. Acha-se como holandês, judeu, inteligente, aleijado, operário, emocional, doente,rico, gordo ou outra coisa qualquer. Tudo isto constitui o que ele já é. A saber, seu passado. Esse'já' é também chamado a 'determinação' do homem".
A transcendência é a acção pela qual o homem executa o movimento de se ultrapassar a si mesmo. É a sua dimensão de liberdade.
A liberdade não é uma dádiva, algo que é dado, nem é um ponto de partida, mas é o resultado de uma árdua tarefa, alguma coisa que o homem deve conquistar.
A liberdade não é a ausência de obstáculos, mas o desenvolvimento da capacidade de dominá-los e superá-los.
Um dos discípulos de Compte, Taine (1828-1893), tornou-se conhecido sobretudo pelas leis da sociologia, segundo as quais toda vida humana social se explicaria
por três factores:
- a raça, que é a grande força biológica dos caracteres hereditários determinantes do comportamento do indivíduo;
-o meio, pelo qual o indivíduo se acha submetido aos factores geográficos (como o clima, por exemplo), bem como ao ambiente sócio-cultural e às ocupações quotidianas da vida;
- o momento, pelo qual o indivíduo é fruto da época em que vive, estando subordinado a uma determinada maneira de pensar característica do seu tempo.
O pressuposto do pensamento de Taine é o determinismo, pois o acto humano não é livre, já que é causado por esses factores e deles não pode escapar.
Vamos encontrar o reflexo dessa visão determinista na clássica teoria de Lombroso, jurista que pretendia, pela análise das características físicas dos individuos, identificar o criminoso "nato".
Também a literatura foi influenciada pelo determinismo positivista: a estética naturalista oferece inúmeros exemplos da tentativa de explicar o comportamento humano como decorrente de fatores determinantes, sem nenhuma possibilidade de transcendência.
Émile Zola, romancista francês, afirmou:
"O romance experimental é uma conseqüência da evolução científica do século; cabe-lhe continuar e completar a fisiologia...; ele substitui o estudo do homem abstracto, do homem metafísico, pelo estudo do homem natural, submetido às leis físico-químicas e determinado pelas influências do meio".
A liberdade incondicional
Contrapondo-se ao determinismo, há teorias que enfatizam a possibilidade da liberdade humana absoluta, do livre-arbítrio, segundo o qual o homem tem o poder de escolher um acto ou não, independentemente das forças que o constrangem.
Segundo esta perspectiva, ser livre é decidir e agir como se quer, sem qualquer determinação causal, quer seja exterior (ambiente em que se vive), quer seja interior (desejos, carácter). Mesmo admitindo que tais forças existam, o acto livre pertence a uma esfera independente em que se perfaz a liberdade humana. Ser livre é, portanto, não ser determinado por causas.
Bossuet (séc. XVII) no Tratado sobre o livre-arbítrio, diz o seguinte:
"Por mais que eu procure em mim a razão que me determina, mais sinto que eu não tenho
nenhuma outra senão apenas a minha vontade:sinto aí claramente minha liberdade, que consiste unicamente em tal escolha."
Superação da dicotomia: Determinismo ou liberdade?
Afinal "o homem é livre ou é determinado?"
A questão assim colocada gera um falso problema.
Na verdade, o homem é determinado e é livre. É preciso considerar os dois pólos contraditórios, superando o materialismo mecanicista, segundo o qual o homem é determinado bem como a tese da liberdade incondicional. Segundo a concepção dialética, embora os pólos determinismo-liberdade se oponham, na verdade estão ligados:
" O Homem é realmente determinado, pois se encontra situado em um tempo e espaço e é herdeiro de uma certa cultura;
" mas o Homem é também um ser consciente, capaz de conhecer esses determinismos; tal conhecimento permitirá a acção transformadora que, a partir da consciência das causas (e não à revelia delas), pode construir um projecto de acção.
Portanto, só a consciência do determinismo não é suficiente, pois a liberdade se torna verdadeira quando acarreta um poder, um domínio do homem sobre a natureza e sobre a sua própria natureza.
A consciência que o homem tem das causas se transforma, por sua vez, em outra causa, capaz de alterar a ordem das coisas. Com isso, não se rompe o nexo causal, mas introduz-se uma outra causa - a consciência do determinismo - que transforma o homem em ser actuante, e não simples efeito passivo das causas que agem sobre ele.
O filósofo Mounier diz:
"Enquanto se desconheceram as leis da aerodinâmica, os homens sonhavam voar; quando o seu sonho se inseriu num feixe de necessidades,voaram". Lembremos aqui o significado do conceito de necessidade. Descobrir o feixe de necessidades é conhecer as leis da aerodinâmica, ou seja, saber o que faz voar um corpo mais pesado do que o ar.
Não há mágica: há conhecimento dos determinismos. O sonho se concretiza no trabalho do homem como ser consciente e prático.
Do ponto de vista psicológico, ocorre o mesmo processo. Suponhamos que alguém tenha um temperamento agressivo. Se ele se reconhece assim, cuida para não ser levado pelo impulso, para saber usar a agressividade conforme a ocasião e conveniência.
Aliás uma das grandes contribuições de Freud é ter mostrado que o neurótico não é livre, pois se acha dominado por forças inconscientes que mascaram suas ações.
A atitude obsessivo-compulsiva, como a de lavar as mãos seguidamente, por considerá-las sempre sujas ou cheias de micróbios, não representa um acto livre de alguém preocupado com a higiene. Trata-se de um sintoma e portanto tem um significado latente, oculto, que pode ser investigado. A interpretação é sempre relativa a cada caso concreto, mas, para fins de exemplificação, vamos supor que o significado fosse a culpa resultante de desejos sexuais reprimidos e considerados "sujos" pelo paciente. A cura da neurose estaria em trazer à consciência a causa escondida, ajudando o paciente a lidar com o seu próprio desejo.
A liberdade situada
O que observamos na posição que pretende superar a antinomia determinismo-liberdade é que a discussão sobre liberdade não se faz no plano teórico, a partir
do conceito da liberdade abstracta. Ao contrário, trata-se da liberdade do homem situado, do homem enquanto ser de relação.
Na linguagem da fenomenologia, traduzimos esses dois pólos como sendo a
facticidade (ou imanência) e a transcendência humanas. Pólos indissoluvelmente ligados.
A facticidade é a dimensão de "coisa" que todo homem tem, é o conjunto das suas determinações.
O fenomenólogo Luijpen diz: "Reflectindo sobre sua existência, o homem se encontra, com efeito, como 'já' imerso em determinado corpo e 'já' envolvido em determinado mundo. Acha-se como holandês, judeu, inteligente, aleijado, operário, emocional, doente,rico, gordo ou outra coisa qualquer. Tudo isto constitui o que ele já é. A saber, seu passado. Esse'já' é também chamado a 'determinação' do homem".
A transcendência é a acção pela qual o homem executa o movimento de se ultrapassar a si mesmo. É a sua dimensão de liberdade.
A liberdade não é uma dádiva, algo que é dado, nem é um ponto de partida, mas é o resultado de uma árdua tarefa, alguma coisa que o homem deve conquistar.
A liberdade não é a ausência de obstáculos, mas o desenvolvimento da capacidade de dominá-los e superá-los.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
O Sofrimento Psicológico
É por vezes muito difícil pôr em palavras a forma como se sofre, o porque se sofre, o para que se sofre, porque o sofrer é algo intangível, invisível, que tem apenas forma na dimensão do pensamento do sujeito e não pode ser objectivamente transmitida.
Faz parte da dimensão psicológica humana.
No entanto, o seu impacto pode ser tão forte que nos pode impedir as capacidades relacionais com os outros, a comunicação interpessoal e o bem-estar psicológico.
No entanto, é importante passar por processos de sofrimento para ganhar maturidade e resistência pessoal: o luto e a perda dá ao sujeito a noção de vida e morte, sem a doença não aprecíariamos a sensação de estar saudável. O sofrimento pode funcionar como um sensor para regular o nosso comportamento.
Em Psicoterapia podemos trabalhar a aprender a regular e diminuir a intensidade do sofrimento. E isto é uma grande ajuda para o sujeito.
Sergio Amaral.
Faz parte da dimensão psicológica humana.
No entanto, o seu impacto pode ser tão forte que nos pode impedir as capacidades relacionais com os outros, a comunicação interpessoal e o bem-estar psicológico.
No entanto, é importante passar por processos de sofrimento para ganhar maturidade e resistência pessoal: o luto e a perda dá ao sujeito a noção de vida e morte, sem a doença não aprecíariamos a sensação de estar saudável. O sofrimento pode funcionar como um sensor para regular o nosso comportamento.
Em Psicoterapia podemos trabalhar a aprender a regular e diminuir a intensidade do sofrimento. E isto é uma grande ajuda para o sujeito.
Sergio Amaral.
Pode optar pela Psicoterapia Online
A psicoterapia online é um modo através do qual os psicoterapeutas utilizam de modo ético as palavras escritas para num contexto relacional terapêutico ajudar no crescimento e desenvolvimento dos clientes.
Existem estudos que apontam para a eficácia da terapia online e que demonstram que permite chegar a clientes que de outro modo não recorreriam a um especialista, apesar da manifesta necessidade. Cerca de 90% dos clientes que trabalham com um terapeuta online relatam ter sido ajudados.
O trabalho com um terapeuta online não pretende substituir a relação face a face. O objectivo é atingir pessoas com necessidade de ajuda que de outro modo não a teriam.
A terapia online é uma oferta de ajuda alternativa viável quando a psicoterapia tradicional não é acessível.
No entanto, este é um meio de comunicação menos eficaz pelo que recomendo sempre a Psicoterapia presencial.
Sérgio Amaral
Existem estudos que apontam para a eficácia da terapia online e que demonstram que permite chegar a clientes que de outro modo não recorreriam a um especialista, apesar da manifesta necessidade. Cerca de 90% dos clientes que trabalham com um terapeuta online relatam ter sido ajudados.
O trabalho com um terapeuta online não pretende substituir a relação face a face. O objectivo é atingir pessoas com necessidade de ajuda que de outro modo não a teriam.
A terapia online é uma oferta de ajuda alternativa viável quando a psicoterapia tradicional não é acessível.
No entanto, este é um meio de comunicação menos eficaz pelo que recomendo sempre a Psicoterapia presencial.
Sérgio Amaral
Excerto de: Os desafios da Terapia - Irvin Yalom
"O estabelecimento de um relacionamento autêntico com os pacientes, devido à sua própria natureza, exige que renunciemos ao poder do triunvirato formado pela magia, mistério e autoridade. A psicoterapia é intrinsecamente tão robusta que ganha muito pela revelação total do processo e da base racional do tratamento. Um grupo convincente de pesquisa em psicoterapia demonstra que o terapeuta deve preparar cuidadosamente os novos pacientes, informando-os sobre a psicoterapia — suas premissas, sua base racional e o que cada cliente pode fazer para maximizar seu próprio progresso.
Os pacientes já carregam o fardo da ansiedade primária que os leva até a terapia e faz pouco sentido mergulhá-los num processo que possa criar uma ansiedade secundária — ansiedade por causa de uma exposição a uma situação social ambígua sem diretrizes para o comportamento ou participação apropriados. Portanto, é sensatopreparar os pacientes sistematicamente para o processo da psicoterapia."
Os pacientes já carregam o fardo da ansiedade primária que os leva até a terapia e faz pouco sentido mergulhá-los num processo que possa criar uma ansiedade secundária — ansiedade por causa de uma exposição a uma situação social ambígua sem diretrizes para o comportamento ou participação apropriados. Portanto, é sensatopreparar os pacientes sistematicamente para o processo da psicoterapia."
A Psicoterapia pode mudar a sua vida para melhor
A Psicoterapia é uma relação de ajuda que visa dar ao paciente uma melhor capacidade de auto-conhecimento, gestão emocional, desenvolvimento pessoal, equilíbrio e compensações interiores face ao mundo externo.
Para o paciente:Este é o seu espaço.Deve aproveitar o tempo terapêutico como algo precioso. Quanto mais do seu "eu interior" estiver disposto a trazer para o espaço terapêutico, mais poderá receber,mais poderá alargar as suas perspectivas existenciais.
A Psicoterapia é uma aliança terapêutica entre sujeito e o terapeuta totalmente confidencial e privada, baseada na confiança, respeito e empatia mútuas.
Na minha consulta não necessita de activar os seus mecanismos de defesa, as suas resistências, as suas máscaras sociais. É importante que se liberte do medo de se revelar, de se expôr. O Terapeuta tem como obrigação ouvir, reflectir consigo, e nunca impôr decisões para a sua vida. O terapeuta pode sugerir alternativas, mas as decisões são feitas por si.
O meu objectivo enquanto Terapeuta é o de criar de um espaço de confiança, segurança, confiante e dinamizador em que o sujeito possa compreender as possibilidades do benefícios de se libertar, e que me permita possa envolver, participar, intervir como uma supra-consciência reflexiva para aumentar as perspectivas argumentativas das emoções.
Estou disponível para uma conversa inicial sem qualquer compromisso, certo de que não dará o seu tempo por perdido. Não perca mais tempo. Não adie o que precisa resolver na sua vida. A sua felicidade, bem-estar e auto-estima são sem dúvida o mais importante da sua vida. Tudo o resto virá por acréscimo. Pode contar comigo para essa jornada de libertação.
Com os mais saudosos cumprimentos,
Espero o seu contacto
Sergio Amaral.
Para o paciente:Este é o seu espaço.Deve aproveitar o tempo terapêutico como algo precioso. Quanto mais do seu "eu interior" estiver disposto a trazer para o espaço terapêutico, mais poderá receber,mais poderá alargar as suas perspectivas existenciais.
A Psicoterapia é uma aliança terapêutica entre sujeito e o terapeuta totalmente confidencial e privada, baseada na confiança, respeito e empatia mútuas.
Na minha consulta não necessita de activar os seus mecanismos de defesa, as suas resistências, as suas máscaras sociais. É importante que se liberte do medo de se revelar, de se expôr. O Terapeuta tem como obrigação ouvir, reflectir consigo, e nunca impôr decisões para a sua vida. O terapeuta pode sugerir alternativas, mas as decisões são feitas por si.
O meu objectivo enquanto Terapeuta é o de criar de um espaço de confiança, segurança, confiante e dinamizador em que o sujeito possa compreender as possibilidades do benefícios de se libertar, e que me permita possa envolver, participar, intervir como uma supra-consciência reflexiva para aumentar as perspectivas argumentativas das emoções.
Estou disponível para uma conversa inicial sem qualquer compromisso, certo de que não dará o seu tempo por perdido. Não perca mais tempo. Não adie o que precisa resolver na sua vida. A sua felicidade, bem-estar e auto-estima são sem dúvida o mais importante da sua vida. Tudo o resto virá por acréscimo. Pode contar comigo para essa jornada de libertação.
Com os mais saudosos cumprimentos,
Espero o seu contacto
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